Por que ter regras e rotina?

Tenha regras claras e bem delimitadas na família.

Vamos falar um pouco sobre regras e rotina!

A criança necessita da rotina para se sentir segura, pois, ela, sabendo o que vai acontecer, é capaz de se organizar internamente.

Não sei se você já reparou que, depois de algum tempo exercendo a mesma rotina, por exemplo, na hora de ir dormir: escovar os dentes, pôr o pijama, deitar na cama, escutar uma música…, a criança já vai se tranquilizando, pois ela sabe o que vem depois e o que deve acontecer.

Se está difícil aí na sua casa, sugerimos a introdução de um quadro de rotinas, onde adulto e criança, juntos, organizam as atividades que devem ser feitas ao longo de um dia. A criança vai visualizando as tarefas feitas e aqueles que ainda deve fazer e vai se acostumando com elas. Temos um exemplo de quadro de rotinas* aqui, no final deste texto, disponível para download.

É importante estabelecer uma rotina na casa para que a tarefa de todos seja respeitada.

Da mesma maneira, as regras devem acontecer nesse mesmo esquema: elas devem estar muito claras e bem delimitadas e, o mais importante, funcionar da mesma forma em situações parecidas.

Um exemplo disso, principalmente agora na pandemia, com o trabalho em casa, é o filho bater à porta do quarto de trabalho e, algumas vezes, o pai deixá-lo entrar e dar atenção (porque tem pouco trabalho naquele momento) e, outras vezes, brigar com o filho (porque está ocupado). Para a criança, essa regra não fica clara: de quando pode ou não bater à porta e interromper o pai, gerando nela ansiedade.

Da mesma forma, se a regra for: “não interromper o trabalho do pai”, mas algumas vezes a criança interrompe e acaba sendo recompensada com a atenção, ela entende que vale a pena tentar bater à porta outras vezes. E essa atitude vai se repetir, para o transtorno do pai, que precisa trabalhar. (Para facilitar a “mensagem de ‘momento de trabalho’ também disponibilizamos para download um aviso de porta** para imprimir e colocar na porta do escritório no momento em que o adulto não pode ser interrompido).

Uma forma de resolver essa questão é estabelecer horários para as atividades familiares e profissionais e comunicar todos os membros da família a respeito deles. Então, por exemplo: de manhã, a mamãe precisa trabalhar e o papai vai ficar com as crianças dando a elas momentos de qualidade em família; o almoço é o momento de todos juntos à mesa; à tarde, o papai vai trabalhar e os demais farão suas atividades, seja tarefas escolares, limpeza da casa, brincadeiras… e, mais tarde, uma outra tarefa em família pode ser realizada – o quadro de rotina mencionado acima também servirá aqui.

Repare que aqui entra uma rotina e alguns limites foram traçados. A criança já sabe o que esperar de cada momento e também sabe que haverá um momento de troca familiar.

É mágica? Não é! Não vamos acertar de primeira, mas é importante que os adultos tenham consciência do que estão fazendo e das razões pelas quais estão agindo dessa forma. Eles, mesmo sem perceber, através das atitudes e gestos, passarão essa mensagem para a criança e, aos poucos, com coerência e persistência, a rotina é inserida e o ambiente familiar fica mais tranquilo.

Como usar os recursos oferecidos aqui?

* O Quadro de Rotina, para melhor conservação, deve ser plastificado. As folhas: manhã, tarde e noite, devem ser fixadas na parede ou geladeira em uma altura que a criança possa visualizar e manusear com facilidade. Os quadrinhos com as atividades devem ser cortados, plastificados e fixados com uma fita dupla face (que deverá colar e descolar à medida que a atividade for planejada e executada).

** O Aviso de Porta deve ser recortado e plastificado. Quando o adulto estiver ocupado, pendurará na maçaneta da porta e todos, ao lado de fora, saberão que não é permitido interromper naquele momento.

Créditos:

O texto é de autoria de Iracema Cerdan Zavaleta Galves (CRP 06/80262) e Suely Simões de Abreu (CRP 06/19307), ambas psicólogas clínicas.

Os recursos sugeridos aqui foram confeccionados no Canva por Iracema Cerdan Zavaleta Galves e revisados por Elizabeth Simplício de Oliveira, idealizadoras da empresa Mar do Conhecimento.